“Suicídio não é um ato heroico, sempre há uma outra solução”, é a mensagem da coordenadora da Saúde Mental de Missal para o Setembro Amarelo

Criado em: 09/09/2021 15:37:38
Atualizado em: 09/09/2021 15:37:38

       Parte integrante a programação do Setembro Amarelo em Missal, a psicóloga e coordenadora da Saúde Mental do município, Neusa Della Libera, concedeu uma entrevista para emissora de Rádio local na manhã desta quinta-feira, 09 de setembro, para tratar sobre o tema suicídio e sobre outros temas relacionados as questões de saúde mental. A frase de reflexão apresentada foi “Suicídio não é um ato heroico, sempre há uma outra solução”.

       Setembro é justamente o mês para intensificar as ações e informações quanto a estes temas. O dia 10 de setembro é Dia Mundial de prevenção ao Suicídio, mas durante todo o mês é debatido o tema para esclarecer pontos importantes, visando diminuir os casos de suicídio. Em Missal, por exemplo, houveram 797 atendimentos com as psicólogas desde o dia 01 de janeiro até 31 de agosto. No mesmo período foram 336 atendimentos psiquiátricos.

       A coordenadora de Saúde mental de Missal apresentou um dado extremamente alarmante quanto as questões de suicídio no mundo. “Temos dados de que a cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio no mundo”, pontua. A situação é mais grave entre adolescentes e jovens, segundo a psicóloga. “Para os adolescentes o suicídio é a 2ª maior causa de mortes, perdendo apenas para acidente de trânsito”, acrescenta. “Precisamos falar sobre isto”, completa Neusa.

 

Não é frescura

       Neusa ainda comentou sobre alguns estigmas relacionados ao tema suicídio. Entre eles termos como “frescura”, “quem fala que vai se matar quer chamar a atenção”, entre outros. A psicóloga aponta que é necessário estar atento aos sinais, principalmente se a pessoa já teve quadros de tentativas de suicídio. “É muito provável que esta pessoa possa tentar novamente”, indica. Neste caso, esta pessoa deve ser encaminhada para atendimento profissional.

       Um alerta é que as famílias estão cada vez mais distantes e acabam não conversando. “Temos percebido as pessoas se isolando”, destaca Neusa. É necessário prevenir e se necessário tratar os casos. “É fundamental o apoio psicológico e em alguns casos a medicação, se necessário”, explica a psicóloga para situações de risco para o suicídio.

       Entre os fatores citados, estão a depressão, uso abusivo de álcool e drogas, transtornos de ansiedade, esquizofrenia, de acordo com a psicóloga em jovens e adolescentes se percebe um grande índice de TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) e TDO (transtorno desafiador opositivo). Além disso, entre os fatores de risco ainda podem ser elencados fatores sociais, histórico de abuso, negligência, violência física e sexual, traumas, perdas, doenças crônicas, entre outras.

 

O que fazer

       Não basta o tratamento das pessoas com fatores de risco ao suicídio fazer o tratamento, é necessário realizar ainda um trabalho com familiares para que saibam lidar com as situações.

       O suicídio e a autolesão são considerados emergência médica de saúde mental. Em caso de alguma tentativa, é necessário ligar imediatamente ao SAMU pelo fone 192. Em caso de necessidade de ajuda, ainda há o 188 do CVV (Centro de valorização à Vida) que fica a disposição 24 horas por dia.