Coordenadora da Saúde Mental de Missal afirma que aceitar a dependência química como doença é fundamental

Criado em: 25/06/2021 14:52:14
Atualizado em: 25/06/2021 14:52:14

      No dia 26 de junho é celebrado o Dia Internacional de Combate às Drogas. O combate envolve questões sociais, de segurança pública, de saúde pública, entre outras. Passa muito pela questão da Saúde Mental também. A psicóloga e coordenadora da Saúde Mental no município de Missal, Neusa Della Libera, esteve na emissora de rádio local, tratando sobre o tema e afirmou que em breve o Comad (Conselho Municipal Antidrogas de Missal)

      Por diversas vezes ela frisou que o papel da família é fundamental na recuperação de dependentes de qualquer tipo de drogas, seja lícita ou ilícita e que aceitar a doença (Dependência) é diferencial e fundamental para a recuperação. “Trabalha-se muito com o objetivo de reduzir os efeitos e o agravamento aos pacientes”, pontua.

      O município de Missal tem a disposição a secretaria de Saúde para quem deseja buscar ajuda como médicos, psicólogos, serviço social, entre outros serviços. “Fazemos todo o trabalho de acolhimento, observação...”, explicou. Neusa cita que este ano foi firmado convênio com o Recanto Parque Iguaçu em Medianeira que disponibiliza vagas para atender missalenses com algum tipo de dependência química.

 

Estatística

      Informações repassadas pela Psicóloga Neusa apontam que a estimativa é de que cerca de 5,7 % da população brasileira seja dependente de drogas e isso representa mais de 8 milhões de pessoas. Entre as drogas ilícitas mais utilizadas no Brasil estão a maconha com o percentual de 2,5% de adultos e 3,5% de adolescentes e a cocaína com prevalência de consumo de 1,75%.

      “Entende-se que a dependência química é um problema de saúde grave e pode afetar qualquer pessoa. Por isso estar bem informado é a melhor maneira para que a doença não prejudique algum membro de sua família”, sugere Neusa.

 

Dependência Química é considerada doença?

      O vício em drogas é uma doença complexa e crônica e requer tratamento. É crônica por que mesmo que a pessoa conseguir ficar um tempo sem usar, podem haver recaídas.

      “Algumas pessoas acreditam que o usuário tem falta de vontade e valores morais e podem parar a qualquer momento, mas não é assim, as drogas agem diretamente nas funções cerebrais de depois de um tempo a pessoa pode se tornar dependente”, destaca a psicóloga.

      O uso crônico pode afetar a saúde física, mental e social. “Existem vários tipos de drogas, desde crack, cocaína, cigarro, álcool e outras, considerando que nos dias atuais existem uma série de novidades”, comenta. “Quanto ao tratamento à dependência química, deverá ocorrer pelo resto da vida. O primeiro passo é admitir que se tem o problema”, observa

 

Convênio

      O município de Missal, por intermédio da Secretaria de Saúde atende diversos casos de dependência. “A partir desse ano também foi criado um convênio com o Recando Parque Iguaçu, de Medianeira, para homens que tenham interesse em receber esse tratamento.  Sendo que o público são homens acima de 18 anos. Onde o tratamento dura de 09 a 12 meses”, detalha Neusa.

 

Efeitos das Drogas

      A droga, quando utilizada, causa imediatamente uma sensação de bem estar, euforia, alívio. “Pode ser que a pessoa não consiga se livrar do vício e a partir daí podem aparecer problemas de saúde, educacionais, morais, brigas, roubos e outros que com certeza vão afetar, não apenas o usuário, mas, todo o seu contexto familiar e social”, relata a coordenadora da Saúde Mental em Missal.

      O dependente químico é identificado, normalmente pelas pessoas que convivem como ele, observando seu comportamento, bem como se há algumas mudanças. “Por exemplo, um adolescente que gostava de estudar e perde o interesse, mudanças bruscas de humor e comportamento, grupo de amigos e interesses pessoais. Além de mudanças de sono, humor, alimentares, entre outros”, cita alguns sinais.

      “O usuário precisa cada vez mais usar a droga, não consegue ter limites no consumo e situações comportamentais e interesses”, complementa Neusa. Por isso para identificar, os pais e responsáveis precisam estar cada vez mais atentos aos comportamentos, ouvir, conversar, conhecer os amigos e familiares dos amigos, acompanhar nas tarefas escolares e outras que esteja frequentando”, completa.

 

O que pode levar uma pessoa a se tornar dependente?

      Neusa elenca vários fatores que podem levar um indivíduo a dependência. “Influências de outros, falta de sentido de viver, ausência de regras de valores, problemas pessoais, familiares, inquietações”, enumera. “Podem haver fatores genéticos que interferem, por isso devemos falar sobre o assunto, conscientizar as pessoas, dar informações e orientar”, sugere.